sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Xenofobia é burrice

Com a expansão das redes sociais nos últimos anos, ficou ainda mais claro o quanto boa parte da população brasileira é preconceituosa. E não me refiro apenas à prática de racismo ou homofobia, mas também de xenofobia.
Nesta semana, mais uma vez, o twitter foi palco de ataques morais a nordestinos. Agora, a pergunta que não quer calar é: por que essas pessoas de outras regiões se acham tão superiores a nós? Por que colocam nos nordestinos a culpa de toda desgraça que acontece no Brasil? Possivelmente, isso é querer desviar os olhos dos problemas presentes nos lugares onde moram, culpando 'alguém' por isso: o Nordeste. Um exemplo disso é que segundo estudos do Instituto Internacional para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, Rio de Janeiro, Porto Alegre e São Paulo, são as cidades mais poluidoras do Brasil. E, muitos de seus habitantes, com destaque para os adolescentes,  ao invés de se preocuparem em buscar melhorias para as suas regiões, preferem gastar seu tempo atacando o Nordeste em redes sociais. Não estou dizendo que aqui tudo é perfeito,  temos  também grandes problemas, mas nem por isso tentamos diminuir as dimensões deles atacando as 'grandes metrópoles' do país.
O que eu realmente gostaria de saber é o que todas essas pessoas ganham difamando a nossa amada região. Muitas delas nunca vieram aqui e construíram em suas mentes a imagem falsa de um Nordeste  - marcado apenas por secas, gente sem instrução e fome.  "Se eu fosse nordestino teria vergonha de morar lá." Vergonha por que? Vergonha por lutar por melhores condições de vida? Vergonha por mesmo diante das desgraças, não deixar de seguir em frente? Na verdade, acho que a maioria dos nordestinos sente é orgulho de morar aqui.
O Brasil não é um país desenvolvido: culpa do Nordeste. A Dilma ganhou as eleições: culpa do Nordeste. As provas do ENEM vazaram e talvez haja um novo exame: culpa do Nordeste.  A fome no mundo também é culpa do Nordeste, então? Porque é só o que falta insinuarem.
Ao contrário dessas pessoas, a grande maioria dos nordestinos não nutre esse sentimento de rejeição em relação a outras regiões; afinal, temos mais com o que nos ocupar (e não é fazer filho e vender rede não, nossa possível especialidade, segundo disseram).
Entendam que nenhuma região deve ser encarada como melhor ou pior do país, uma vez que todas tem qualidades e defeitos. Somos um todo e como um todo devemos ser tratados por igual, independentemente da região em que moramos, classe social, sexualidade ou cor - o que ainda é uma utopia no Brasil. Preconceito não leva a nada, ao contrário, só traz malefícios aos seus praticantes.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Capítulo II

Sofia andava mais triste do que o normal ultimamente e acabou resolvendo se afastar de Marcus. Passaram-se algumas semanas sem que eles trocassem  sequer um simples oi, mesmo sem estarem brigados ou algo do gênero. Marcus, obviamente, percebeu que houvera alguma mudança em Sofia, já que ele estava acostumado a falar constantemente com ela, mas era mais cômodo para ele deixar as coisas como estavam -  nunca fora muito fã de conversas longas e sérias.
O interessante disso tudo é que Sofia acabou percebendo que sempre era ela quem procurava Marcus, sempre era ela que tentava manter aquela amizade, sempre era ela a pessoa a estar 'errada' e pedir desculpas - mesmo quando estava com a razão. Mas alguma coisa a prendia a Marcus e a garota acabou resolvendo falar como se sentia para seu "amigo"- um ser baita estranho, diga-se de passagem. 
-Oi Marcus, como está?
-Oi Sofia, desculpe por ter ficado todo esse tempo sem falar com você, sei que deve estar chateada. 
-Claro que não, não tenho motivos para isso. E o que há de estranho em você não ter falado comigo? Sempre quem inicia nossas conversas sou eu. A propósito, precisamos ter uma conversa séria...
Conversaram francamente por 3 longas horas e Sofia, com toda a sua coragem, disse a Marcus exatamente como se sentia. Ele por sua vez pediu desculpas por ser responsável em grande parte pela tristeza da amiga e disse que iria tentar mudar. Caramba, ele não sabia que fazia tão mal assim a ela.
Nesse momento, Marcus estava escutando "Ainda é cedo" de Legião Urbana e sentiu-se como o próprio personagem da música : "(...)  egoísta que eu sou esqueci de ajudar a ela como ela me ajudou (...)". Lembrou-se de todos os momentos em que precisou de Sofia e ela estava ali, mesmo nos dias mais tristes, tentando ajudá-lo. Lembrou do quando sua amiga fazia de tudo para que ele aprendesse com os erros e fosse feliz. Lembrou das vezes em que Sofia deixou de fazer algo que queria muito, só para apoiá-lo e motivá-lo.
E então sentiu-se culpado. Culpado por não ter percebido antes o quão egoísta estava sendo. Culpado por, em todas as vezes em que Sofia estava triste e queria desabafar,  reprimi-la e dizer que não gostava quando ela falava daquele jeito, de modo que ela acabava se calando. Culpado por nunca procurar a amiga apenas para desejar um bom dia, perguntar se ela estava bem, dizer que ela era importante para ele. Culpado por não ter sabido valorizar uma das poucas pessoas que sempre acreditou e se importou com ele.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Laços de uma amizade- Capítulo I.

Sofia costumava ser aquela menina bruta, sarcástica, irônica, que quase sempre carregava um sorriso no rosto e um olhar indiferente.
Marcus tinha poucos amigos, adorava futebol e conversar idiotices de menino - até mesmo com Sofia.
Ele não percebia que por trás daquela menina havia doçura, carinho, romantismo e tristeza, muita tristeza.
Ela não gostava de compartilhar seus sentimentos: pra quê encher o saco das pessoas com seus microproblemas, enquanto muitas passavam por coisas bem piores e não reclamavam?
Ele era aquele tipo de cara que só olhava para o próprio umbigo, mas que, de alguma forma, dizia-se amigo dela.

Sofia era aquele tipo de garota que adora ajudar as pessoas, mas muitas vezes esquece dela mesma. E, talvez por isso, a tristeza estava sempre ali ao seu lado - sobretudo nas madrugadas solitárias, nas noites de lua cheia, nos nasceres e pôr-do-sol que ela via sozinha -, corroendo seu coração. Mas Sofia não costumava comentar isso com quase ninguém além de Marcus, que de certa forma era um retrato de quem ela fora num passado nem tão distante assim.
De fato, Marcus até a escutava, mas ela percebia que ele não gostava. Ele preferia falar dele mesmo, dos seus problemas, dos seus amigos e não percebia que assim colaborava para que sua 'amiga' afundasse cada vez mais, afinal, para Sofia, a amizade consiste em partilha, de modo que ela acabava esperando que seu dito amigo também se importasse com ela.
Talvez Marcus até se importasse, mas nunca demonstrou isso, "vai ver era o jeito dele, vai ver sejam marcas de um passado sofrido"- pensava Sofia.

domingo, 9 de outubro de 2011

É hora de rever seus relacionamentos!


Todos os dias lidamos com pessoas boas, más, individualistas, generosas...Pessoas pelas quais algumas vezes desenvolvemos afeto, sem um porquê, sem uma razão específica.
Algumas delas nos fazem mais bem do que mal, já outras nos fazem sentir mais tristeza e, apenas em poucas ocasiões, são responsáveis por colocar aquele sorriso em nossa face; mas, mesmo assim, não conseguimos deixá-las para trás, uma vez que muitos de nós têm a tendência de se apegar e guardar na lembrança apenas os bons momentos.
É claro que algumas vezes ficamos com raiva desses seres, mas a raiva passa. Sempre passa. Pessoas que acabam guardando apenas bons momentos na mente sofrem bastante, porque muitas vezes as relações já estão muito desgastadas e, mesmo diante disso, essas pessoas ainda colocam fé que as coisas possam mudar.
Obviamente é bom ser otimista, mas também é necessário ser realista. Se alguém ronda a sua vida e contribui mais para que você se sinta triste do que feliz, é hora de rever a importância que você dá ao relacionamento que tem com esse alguém.
Buscar desapegar-se de quem te faz sentir mal não é uma questão de estar desistindo ou deixando de acreditar que todos possam ser pessoas melhores (o que é possível quando o ser se determina a isso), é uma questão de amor próprio. Como diz uma música: Cuide de quem corre do seu lado e de quem te quer BEM.