sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

E as reflexões continuam

O ano escolar está acabando e, embora eu esteja cansada de tantas coisas para se fazer, vai dando aquele aperto no coração por saber que não verei mais os mesmos rostos todos os dias, por saber que não abraçarei mais os mesmos amigos todos os dias.
Ao pensar sobre o futuro, o que há na minha mente é uma grande confusão. Não faço ideia de como será o próximo ano, não tenho noção do que ele me reserva. Se eu passar no vestibular, será que vou conseguir me sair bem na faculdade? Aliás, será que eu irei estudar lá? Se eu não for, esse ano de estudos será perdido? Estou confusa².
Sentirei muita saudade de tudo isso aqui, mas o que mais me dói não é não estar perto dos meus amigos, minha mãe ou meus irmãos e sim, que provavelmente irei morar longe dos meus avós. Eu tenho tanto medo...  Queria passar o resto da minha vida aqui, pertinho deles. Só de pensar que eles vão ficando velhinhos e que um dia não estarão mais por perto de mim fisicamente, eu vejo o chão sumir.
 Queria olhar pra trás e me orgulhar de quem eu fui, de tudo que eu vivi. Mas eu não sou uma pessoa segura e nunca estou satisfeita comigo mesma. Acho-me uma pessoa idiota, que ama demais as pessoas - não que amar seja errado, mas amar quem não dá a mínima pra você é burrice - e sempre acaba sofrendo por muitas vezes não entendê-las. Acho-me alguém que machuca as pessoas com as palavras, por ser tão direta às vezes e gostar tanto de comandar as coisas. Quem realmente é próximo de mim sabe que estou tentando mudar o que eu acho errado, mas só eu sei o quanto é difícil. Espero mesmo conseguir me tornar alguém melhor, vou buscar isso. Buscarei também me desprender de determinadas amizades.
Existem dois tipos de pessoas próximas a mim: as que realmente gostam de mim e as que precisam de mim. Estas últimas geralmente só me procuram quando estão com problemas ou quando não há mais ninguém a quem possam recorrer para sair. Eu já devia ter me adaptado a isso, afinal sempre se repete seja com amigas, seja com amigos - sim eu sei que a palavra amigos já engloba os dois gêneros.
Se alguns se perguntassem quem sempre esteve ali quando precisavam e procuravam ajuda, a resposta seria M., mas se eu me perguntasse o mesmo, a resposta também seria M.. Agora eu tenho outra resposta, poucos nomes, não preciso citá-los porque os proprietários sabem que estou me referindo a eles. Sou muito feliz por no meio de tantas amizades que me fizeram sofrer, ter conquistado algumas que realmente me fazem bem, afinal nunca pensei que poderia considerar amigas como irmãs, mas neste caso é isso que acontece (sem falar nos meus amigos que eu também gosto tanto).
Infelizmente, acho que posso vir a perder contato com algumas dessas pessoas, mas são coisas da vida. As boas lembranças que existem dentro de mim são as coisas que realmente valem nessa caminhada: a felicidade de estar com pessoas que a gente gosta, a partilha de coisas boas e ruins, os olhares, os sorrisos, as brincadeiras... Enfim, tudo aquilo que constitui amizades verdadeiras.
Sem mais delongas, quero finalizar deixando um lembrete para mim mesma: Afaste-se daqueles que te fazem mal. Não se torture com pessoas que nem sentem sua falta se importando tanto com elas. O mundo provavelmente nunca será como você sonha, porque as pessoas insistem em ser individualistas e não olhar para quem está ao lado delas. Busque mostrar ao máximo de pessoas que vale a pena se preocupar com o próximo, no entanto, saiba que elas nem sempre o farão.
Força, você é capaz de alcançar tudo o quer, sabe disso. Dê o melhor de si e não se curve diante dos obstáculos. A vida é linda, basta você buscar essa beleza.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Pensando alto



   E um dia você acorda e percebe que o mundo a sua volta já não é mais o mesmo. As pessoas que antes tanto te agradavam começam a te cansar, aquelas coisas que pareciam tão legais já não tem mais graça, sair de casa já não é tão bom como fora outrora. Amigos, será que você realmente os tem? Tudo te aborrece, tudo te deixa entediada e inclusive com raiva.
   Mas você não queria ser assim? Não queria deixar de gostar das pessoas, deixar de se importar com elas? Pois é, esta é a oportunidade e situação perfeita.
   O seu mundinho particular começa a parecer estranho, bem mais estranho. Aos poucos você sente que vai se afastando de tudo. Vai deixando de lado as pessoas, vai deixando de sair de casa, deixando de fazer aquilo que gostava antes, e acaba por se sentir só. A solidão que você tanto buscava para que não se magoasse mais com as pessoas e não passasse por todo o sofrimento advindo dos relacionamentos com humanos é enfim alcançada. Contudo, você bem sabe que a solidão pode ser nossa amiga, mas também inimiga. Assim como pode te fazer bem também pode te destruir se você não souber a “dosagem correta”. Continuemos. Por um tempo ela te faz muito bem: você se sente satisfeita, em paz e até mesmo feliz. Entretanto após algumas semanas se estabelece um novo vazio: ter alguém para conversar começa a fazer falta, alguém para sorrir junto, para dar um abraço, para te dizer que você está errada.
Então você fica triste e pensa que não há mais o que fazer, afinal, crê que aqueles que se diziam seus amigos nem perceberam o quanto você mudou, nem se importam com você. “Que droga! Voltei a me importar com as pessoas.” O ciclo recomeça.
   A verdade é que existem sim pessoas que se importam com você e por se importarem, dão-te espaço quando percebem que você precisa de um tempo só. Porém, às vezes o que você quer não é espaço e sim, que alguém mostre que você é importante, alguém mostre que você faz falta e que o isolamento não é uma válvula de escape 100% eficiente, principalmente demasiado.
   Aprenda uma coisa: As pessoas tanto podem te fazer bem quanto mal, mas não generalize bondade ou maldade. Nem todo mundo é bom, nem todo mundo é mau. E assim como os maus, os bons também erram. Não superestime ninguém, todos são humanos longe de atingirem a perfeição. Dê o seu melhor, mas não espere que os outros façam o mesmo. Se o fizerem, que bom, senão... paciência. Cada um constrói o seu próprio caminho, de modo que tudo é consequência dos atos que toma.
   Todos nós precisamos passar alguns momentos sozinhos, bem como precisamos também da convivência com outros seres humanos, já que isso nos torna pessoas melhores – ou piores, dependendo de como nos deixamos influenciar. Isolar-se do mundo de vez em quando por um curto período de tempo realmente faz bem, mas cuidado para não se isolar demais e desaprender a conjugar o verbo “sentir”.


Escrito em: 18 de novembro de 2010.

Imagem disponível em: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYk-2d2Md9BpUzpjSH9W-M5ybRs90Q5XiSPtJj7W8exO1wIzKrvjv-eC74-3NmSoL8QPdn33zfxa3G3iqJ6DwiotfSl38aXs3NWBZ1wYQPcevY4By2kB7oQPjCsZZV95emTD5A086CHAI/s1600/solidao1.jpg