sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Pensando alto



   E um dia você acorda e percebe que o mundo a sua volta já não é mais o mesmo. As pessoas que antes tanto te agradavam começam a te cansar, aquelas coisas que pareciam tão legais já não tem mais graça, sair de casa já não é tão bom como fora outrora. Amigos, será que você realmente os tem? Tudo te aborrece, tudo te deixa entediada e inclusive com raiva.
   Mas você não queria ser assim? Não queria deixar de gostar das pessoas, deixar de se importar com elas? Pois é, esta é a oportunidade e situação perfeita.
   O seu mundinho particular começa a parecer estranho, bem mais estranho. Aos poucos você sente que vai se afastando de tudo. Vai deixando de lado as pessoas, vai deixando de sair de casa, deixando de fazer aquilo que gostava antes, e acaba por se sentir só. A solidão que você tanto buscava para que não se magoasse mais com as pessoas e não passasse por todo o sofrimento advindo dos relacionamentos com humanos é enfim alcançada. Contudo, você bem sabe que a solidão pode ser nossa amiga, mas também inimiga. Assim como pode te fazer bem também pode te destruir se você não souber a “dosagem correta”. Continuemos. Por um tempo ela te faz muito bem: você se sente satisfeita, em paz e até mesmo feliz. Entretanto após algumas semanas se estabelece um novo vazio: ter alguém para conversar começa a fazer falta, alguém para sorrir junto, para dar um abraço, para te dizer que você está errada.
Então você fica triste e pensa que não há mais o que fazer, afinal, crê que aqueles que se diziam seus amigos nem perceberam o quanto você mudou, nem se importam com você. “Que droga! Voltei a me importar com as pessoas.” O ciclo recomeça.
   A verdade é que existem sim pessoas que se importam com você e por se importarem, dão-te espaço quando percebem que você precisa de um tempo só. Porém, às vezes o que você quer não é espaço e sim, que alguém mostre que você é importante, alguém mostre que você faz falta e que o isolamento não é uma válvula de escape 100% eficiente, principalmente demasiado.
   Aprenda uma coisa: As pessoas tanto podem te fazer bem quanto mal, mas não generalize bondade ou maldade. Nem todo mundo é bom, nem todo mundo é mau. E assim como os maus, os bons também erram. Não superestime ninguém, todos são humanos longe de atingirem a perfeição. Dê o seu melhor, mas não espere que os outros façam o mesmo. Se o fizerem, que bom, senão... paciência. Cada um constrói o seu próprio caminho, de modo que tudo é consequência dos atos que toma.
   Todos nós precisamos passar alguns momentos sozinhos, bem como precisamos também da convivência com outros seres humanos, já que isso nos torna pessoas melhores – ou piores, dependendo de como nos deixamos influenciar. Isolar-se do mundo de vez em quando por um curto período de tempo realmente faz bem, mas cuidado para não se isolar demais e desaprender a conjugar o verbo “sentir”.


Escrito em: 18 de novembro de 2010.

Imagem disponível em: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYk-2d2Md9BpUzpjSH9W-M5ybRs90Q5XiSPtJj7W8exO1wIzKrvjv-eC74-3NmSoL8QPdn33zfxa3G3iqJ6DwiotfSl38aXs3NWBZ1wYQPcevY4By2kB7oQPjCsZZV95emTD5A086CHAI/s1600/solidao1.jpg

Nenhum comentário:

Postar um comentário